Da fundação à primeira taça foram 80 anos de espera. Brasileiro chegou perto em 1976, ano da ‘Invasão Corinthiana’, mas conquista só viria 14 anos depois, em 1990
Por GloboEsporte.com
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Em 1976, o Corinthians deixou mais uma marca em sua história. Mas quem escreveu esse capítulo não foram os jogadores dentro das quatro linhas, e sim os torcedores nas arquibancadas. Naquele 5 de dezembro o Maracanã foi invadido: 70 mil torcedores saíram de São Paulo e se deslocaram para o Rio de Janeiro para incentivar a equipe na pré-final (espécie de semifinal) do Brasileiro, contra o Fluminense. O episódio inédito ficou conhecido como “A Invasão Corinthiana”. Foi o maior deslocamento de torcedores de um time visitante na história do futebol mundial. Com a vitória nas penalidades, o Timão avançou à final. Mas o sonho terminaria ali. No Beira Rio, em Porto Alegre, o Inter fez o dever de casa e venceu por 2 a 0, com gols de Dario e Valdomiro, sagrando-se campeão brasileiro.
Depois da derrota por 2 a 0 para o Colorado, no dia 12 de dezembro, foram precisos mais 14 anos para o Timão chegar novamente à decisão. Definitivamente, comemorar uma conquista de expressão nacional não foi uma tarefa fácil para o Corinthians. Da fundação do clube à primeira taça foram 80 anos de espera. O Esporte Espetacular, no quadro Campeões do Brasil, conta a história dos títulos alvinegros com entrevistas especiais com alguns dos personagens que deixaram seus nomes marcados na trajetória do clube. (Veja no vídeo acima).
Neto foi determinante para a conquista do primeiro título brasileiro, em 1990. Preciso nas cobranças de faltas, foi fundamental no caminho até a final. Com viradas em casa e empates fora, o Corinthians eliminou Atlético-MG e Bahia e garantiu vaga na decisão quando venceu duas vezes o São Paulo.
– A maior glória que tive como atleta foi ter vestido a camisa do Rivelino e ter sido importante no primeiro título brasileiro do Corinthians. Não é para qualquer um – relembra Neto.
Talento e supremacia
Em 1998 e 1999, o Corinthians contava com uma equipe talentosa. Vampeta, Rincón, Marcelinho, Ricardinho e Edílson formaram a base que garantiu ao Timão dois títulos consecutivos e a supremacia nacional na década de 90.
No ano do bi, a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo sobrou. O Corinthians atropelou seus adversários até encontrar com o Cruzeiro na decisão. Foi então que brilhou a estrela de um dos campeões de 1990. Após quase abandonar o futebol por um problema de doping, Dinei virou uma espécie de talismã da equipe e brilhou nos jogos decisivos.
– Ele não era só jogador de futebol. Era jogador e corinthiano. Ele entrava em campo querendo resolver o problema do Corinthians – conta Edilson, autor de um dos gols do título.
Em 1999, o Corinthians voltou ainda mais forte. Sem Luxemburgo – que assumira a seleção brasileira -, Oswaldo de Oliveira assumiu a equipe. Para o ataque chegou Luizão, e no gol a equipe passou a contar com Dida.
Absoluto durante a competição, o Timão encontrou como grande obstáculo o São Paulo nas semifinais. Foi então que cresceu a estrela de Dida, que pegou dois pênaltis cobrados por Raí, em vitória corinthiana por 3 a 2.
– Ali o jogo foi duro. A gente sabia que quem passasse chegaria com a mão na taça – revela Vampeta.
Na final, mais um adversário mineiro. Assim como em 1998, a decisão foi disputada no sistema de playoffs (três partidas). O Corinthians levou a melhor e conquistou o tricampeonato batendo o Atlético-MG.
Título com sotaque
A Fiel esperou o quarto título até 2005. Impulsionado por uma parceria milionária, o Corinthians montou um time recheado de estrelas. Destaque para Carlitos Tevez, que brilhou durante a competição marcando 20 gols, três deles na goleada contra o Santos, 7 a 1.
Mesmo com o escândalo do apito e sofrendo com as trocas de técnico – Daniel Passarella, Márcio Bittencourt e Antônio Lopes dirigiam a equipe durante a competição -, o Timão segurou a vantagem sobre o Internacional e conquistou sua primeira taça no formato dos pontos corridos.
Tite e Adriano Imperador marcaram o inicio de uma sequência vitoriosa
O mais recente título corinthiano foi em 2011. Já comandado por Tite, o Timão foi regular durante toda a competição e teve como grande trunfo o entrosamento da equipe. Com um elenco equilibrado e um meio de campo muito forte, o Corinthians chegou à reta final da competição brigando ponto a ponto pelo título com o Vasco da Gama.
A três rodadas do fim, uma vitória emblemática. Enfrentando o Atlético-MG no Pacaembu, o Corinthians saiu perdendo e foi buscar a virada apenas no final da partida. Liedson empatou o jogo aos 33 minutos da segunda etapa e Adriano Imperador marcou o gol redentor a dois minutos do fim. Foi, talvez, o último suspiro brilhante na carreira do atacante que naquele dia caiu nos braços da Fiel.
Outro personagem importante para a conquista corinthiana foi Emerson Sheik. Campeão em 2009 pelo Flamengo e em 2010 pelo Fluminense, o atacante saiu de forma conturbada das Laranjeiras, adaptou-se rapidamente ao elenco do Timão e foi fundamental na reta final.
*colaborou com o texto o blogueiro Ricardo Taves, do GloboEsporte.com