Sabemos que “todo dia é dia da Mulher”, mas gostaríamos de fazer uma reflexão/homenagem assim mesmo:
Como mulher sei que sou absolutamente suspeita, mesmo não fazendo parte de nenhum grupo de bandeira feminista, ao enaltecer o poder, a força e a sensibilidade que nos são peculiares.
Ser mulher tem muito de “dor” e “delícia” e no atual momento histórico conta com os diversos pesos que vão além do sofrimento e do prazer tamanhos são os desafios, imposições sociais e certa herança cultural machista.
Falando em herança o apreço feminino pelo futebol, fosse para torcer ou para jogar, não era visto com bons olhos e encarávamos bem “esse papel” afinal, nunca iríamos entender o que é um impedimento! O tempo passou e hoje podemos, numa boa, assumir a paixão e o entendimento profundo não só do esporte em si, como também de um clube específico caso do nosso Corinthians amado.
Alguns códigos sociais ainda são mantidos para o garantia dos espaços do outro, mas o “futebol com os amigos” já não é mais algo determinante para justificar o clube do Bolinha. Futebol agora é programa para quem sentir-se apaixonado e movido por essa paixão independentemente de ser homem ou mulher.
Uma mulher ir ao estádio sozinha ainda é objeto de observação e levanta certa desconfiança. É preciso toda uma estratégia de “invisibilidade” e invenções de que, por exemplo, o irmão comprou o ingresso errado e está em outro setor. Encaro esses momentos com bom humor e sei que é só uma questão de tempo para que seja algo comum, pois tenho visto com alegria o número cada vez maior de mulheres das mais variadas idades presentes em partidas de futebol.
Levamos beleza e leveza a um ambiente outrora muito mais pesado e muitas vezes hostil. O caminho da igualdade de direitos entre homens e mulheres está sendo trilhado e a paixão pelo futebol é apenas mais um degrau nesse processo em construção.
A mulher corinthiana é, sem dúvida, uma apaixonada e entendedora do time, do esporte e de todo o contexto histórico cultural em que vivemos! Somos conscientes, críticas, observadoras, apaixonadas e, sem dúvida, “loucas do bando”.
Sobre o Autor
